Como o nirsevimabe ajuda a prevenir a infecção e as complicações pelo VSR em lactentes

A eficácia é de 80 a 90% na prevenção de doenças graves causadas pelo vírus

O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais causadores de infecções agudas do trato respiratório superior e inferior em lactentes. Estima-se que o VSR responda por mais de 60% desses quadros em todo o mundo. Felizmente, já existem estratégias para impedir a replicação do vírus e prevenir complicações, como o anticorpo monoclonal nirsevimabe (Beyfortus®).

Nossos especialistas prepararam um material completo que responde às principais dúvidas sobre o nirsevimabe. Confira a seguir:


Por que o VSR configura motivo de apreensão em familiares e médicos?

O VSR é vírus de RNA, altamente infeccioso, transmitido por gotículas respiratórias e capaz de causar doenças respiratórias potencialmente graves em bebês, crianças pequenas e idosos. Costuma ser particularmente agressivo em crianças prematuras e em portadoras de pneumopatia crônica e cardiopatias congênitas, assim como em outras condições. No entanto, 80% dos pacientes pediátricos internados em terapia intensiva em decorrência do VSR são crianças saudáveis e nascidas a termo. Estima-se que o agente responda por mais de 60% das infecções respiratórias em lactentes em todo o mundo.


Podem ocorrer complicações prolongadas após a resolução da infecção aguda?

Sim. Algumas crianças se tornam “bebês chiadores”, apresentando quadros respiratórios caracterizados por sibilância de repetição, que, em geral, podem persistir até os  5 anos de idade.


Existe possibilidade de prevenir esses quadros?

Sim. O nirsevimabe (Beyfortus®) é um anticorpo monoclonal contra o VSR, que atua bloqueando a replicação do vírus e prevenindo o desenvolvimento de doença grave nos seis meses seguintes ao seu uso.


O produto é seguro?

Sim. Além dos estudos clínicos que avaliaram o perfil de segurança em milhares de participantes, o nirsevimabe já é utilizado há cerca de dois anos no Hemisfério Norte, não tendo surgido preocupações quanto à sua  segurança desde então. Eventos adversos incomuns incluíram erupção cutânea, reações locais e febre dentro de sete dias após a aplicação.


A quem está indicado o nirsevimabe?

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam a administração do produto, em qualquer mês do ano, em todas as crianças abaixo de 12 meses que passarão pela sazonalidade do VSR. Crianças até 24 meses de idade que permaneçam vulneráveis à doença grave causada pelo vírus, em sua segunda temporada, também devem receber a profilaxia com o anticorpo monoclonal. Esse grupo abrange portadoras de doença pulmonar crônica da prematuridade, doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica, fibrose cística, doenças neuromusculares, anomalias congênitas das vias aéreas, imunocomprometimento e síndrome de Down, mas não se restrige a tais casos. As sociedades médicas não preconizam a aplicação do produto em bebês cujas mães o tenham recebido na gestação – embora isso não constitua uma contraindicação –, salvo os de muito risco.


Como o produto deve ser utilizado?

O produto é administrado em dose única por via intramuscular profunda. Menores de 5 kg precisam de uma dose de  50 mg e maiores de 5kg, de 100 mg. Entre 1 e 2 anos de idade, na segunda temporada do VSR (nos casos especiais citados acima), são feitos 200 mg em dose única, divididos em duas aplicações de 100 mg.


Qual a eficácia do nirsevimabe?

Os estudos clínicos iniciais descreveram uma eficácia de 70% a 75% para doença grave associada ao VSR. Entretanto, dados recentes, provenientes de experiência de vida real, demonstram uma efetividade ainda maior, que atingiram cerca de 80-90% nos seis meses seguintes à administração do anticorpo monoclonal.


O produto interfere na vacinação de rotina dos lactentes?

Não. O esquema vacinal de rotina da criança deve seguir normalmente, sem necessidade de intervalos diferentes ou prorrogação das vacinas programadas para a idade. O produto pode ser aplicado simultaneamente aos imunizantes de rotina, se necessário.


Há contraindicações para o uso do nirsevimabe?

A única contraindicação absoluta é a história de evento alérgico grave (anafilaxia) após dose anterior do nirsevimabe ou após outros anticorpos monoclonais da classe IgG1.