Diagnóstico

Para diagnóstico e classificação da DVW, são relevantes os dados da história pessoal, através do escore BAT proposto pela ISTH e antecedentes familiares de sangramento, além da análise laboratorial completa.

A DVW é uma condição clínica heterogênea, com gravidade variável no que se refere às manifestações hemorrágicas. Apresenta diferentes fenótipos clínicos, sendo o sangramento muco cutâneo o mais comum, principalmente epistaxe e menorragia. Sangramentos em outros sítios, tais como trato gênito-urinário e tubo digestivo, também são relatados, embora menos frequentemente. Quadro clínico semelhante ao da hemofilia A, caracterizado por hematomas, hemartroses e sangramentos em outros sítios profundos, pode ser visto em pacientes com DvW tipo 3 e tipo 2N (Figura 2).

O diagnóstico e a classificação da DVW requerem o uso de diversos ensaios laboratoriais. Esses testes podem ser divididos em testes de "diagnóstico" de primeiro nível para confirmar ou rejeitar o diagnóstico de DVW e testes de "classificação" de segundo nível para determinar o tipo de doença. Os testes de primeiro nível compreendem FVW:Ag, FVW:Atividade e atividade coagulante do FVIII (FVIII:C). A atividade do FVW foi historicamente avaliada usando o ensaio de atividade do cofator de ristocetina do FVW (FVW:RCo), que mede a atividade de ligação do FVW às plaquetas. Entretanto ensaio FVW:RCo vem sendo substituído por ensaios mais recentes. Quando todos os testes de primeiro nível são normais, o diagnóstico de DVW pode ser excluído. Vale enfatizar que devido à variabilidade biológica ao longo do tempo (o FVW aumenta como um reagente de fase aguda durante condições de doença, durante a gravidez e também pode ser influenciado pelo uso de hormônios) deve-se considerar a repetição dos ensaios em pacientes com alta suspeita clínica, cujos resultados iniciais se revelem normais.